Golpe do falso policial: estudante de medicina é chantageado e perde R$ 2,5 mil após enviar mensagens íntimas

  • 13/11/2025
(Foto: Reprodução)
g1 em 1 Minuto Mato Grosso do Sul: estudante é chantageado por falso policial O estudante de medicina Arturo Insaurralde foi vítima de um golpe virtual que começou em uma conversa por aplicativo de relacionamento voltado ao público gay. O caso ocorreu em Mundo Novo (MS), quando um homem se passando por policial o acusou de trocar mensagens íntimas com um adolescente. A vítima alega ter perdido cerca de R$ 2,5 mil para evitar uma suposta denúncia. Ao g1, a vítima contou que recebeu uma mensagem de um rapaz que se identificou como Henrique. A conversa, segundo o estudante, foi rápida e superficial — comum na plataforma — e envolveu troca de fotos, inclusive íntimas, após o suposto Henrique afirmar ter 18 anos. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Horas depois, o estudante recebeu uma ligação de um homem que se apresentou como policial. Ele alegava que o jovem com quem o estudante havia conversado era, na verdade, um adolescente de 14 anos com autismo. O falso policial disse que o garoto teria sido "pego pela mãe", entrado em crise e quebrado objetos em casa. Para evitar uma prisão preventiva, o estudante deveria arcar com os prejuízos. Assustado e com medo, o estudante concordou com o acordo proposto. O homem exigiu R$ 3.440 e orientou que ele compartilhasse a tela do celular durante uma chamada de vídeo. “Achei que, por ele dizer que era policial, não faria nada de mal comigo”, contou. Durante a ligação, que durou cerca de quatro horas, o golpista instruiu a instalação de diversos aplicativos de pagamento, como PicPay, RecargaPay, InfinityPay e NGCache. O estudante conseguiu transferir R$ 1 mil via Pix para uma conta em nome de uma mulher, mencionada no boletim de ocorrência. Com os limites noturnos do banco excedidos, ele ainda conseguiu enviar mais R$ 500 por meio do Mercado Pago. “Estou no prejuízo. Eles viram meus dados, meus cartões, meu endereço, meu CPF. Tenho medo do que podem fazer com isso”, afirmou. A pressão continuou. O suposto policial dizia que promotores e juízes aguardavam a conclusão das transferências e exigia novos comprovantes. Como as transações estavam sendo realizadas após as 23h, o homem permitiu que o estudante continuasse os pagamentos no dia seguinte. O estudante aproveitou o intervalo para relatar o ocorrido à mãe, que identificou o golpe. “Ela disse que nenhum policial pede dinheiro. Pegou meu celular e mandou mensagens exigindo a devolução do valor.” “Eu ainda acreditava que ele era policial. Comecei a chorar. Fui ao banco e vi várias operações que nem fui eu que fiz.” O estudante registrou boletim de ocorrência e foi informado por um policial que outros casos semelhantes já haviam sido denunciados, alguns com prejuízos de até R$ 20 mil. As transações foram contestadas junto aos bancos e aplicativos de pagamento, mas nem todas foram canceladas. O PicPay, por exemplo, alegou não haver indícios de fraude, mesmo com o boletim em mãos. “Achei um insulto à minha inteligência”, disse o estudante, que teme ter que arcar com valores que não pode pagar. Alguns dos valores passados por Pix do cartão de crédito da vítima para o golpista. Arquivo pessoal Ele também denunciou o caso ao Grindr, solicitando mais segurança na plataforma, como verificação de identidade e exigência de fotos reais. Até o momento, não recebeu retorno nem assistência do aplicativo. “Hoje, meu maior sentimento é de justiça. Quero que isso não aconteça com outras pessoas. Achei que o aplicativo fosse mais seguro, mas é muito perigoso”, concluiu. O g1 teve acesso à foto utilizada pelo suspeito, que corresponde à imagem de um delegado de polícia de Caxias, no Rio Grande do Sul. Em contato com a autoridade, o delegado informou que golpes semelhantes já haviam ocorrido com o uso de sua foto. Segundo ele, os golpistas pesquisam imagens de policiais no Google e as utilizam para aplicar fraudes. "É uma situação bem difícil, mas é importante a gente continuar conscientizando as pessoas para que tenham conhecimento desse golpe e saibam que policial não faz exigência alguma, isso é crime de corrupção ativa e passível de demissão e prisão do servidor que faz isso", esclareceu o delegado que teve a imagem utilizada pelos suspeitos. O g1 tentou contato com a delegacia de Mundo Novo para saber atualizações sobre o caso, mas não teve retorno até a atualização desta reportagem. Caso é investigado pelo município Tentativas de compras feita pelos suspeitos após a denúncia da vítima à polícia de MS Arquivo pessoal À esquerda está o estudante de medicina vítima de golpe e, à direita, o telefone do falso policial com a foto 'roubada' de um agente de verdade Redes sociais/Reprodução Veja vídeos de Mato Grosso do Sul

FONTE: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2025/11/13/estudante-de-medicina-cai-em-chantagem-de-falso-policial-apos-troca-de-mensagens-intimas-em-aplicativo-de-relacionamento.ghtml


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